Os cuidados são bastante necessários |
Com as últimas chuvas ocorridas no Estado, a Secretaria de Estado da
Saúde Pública (Sesap) faz um alerta à população para redobrar os cuidados com o
risco de contágio por leptospirose. Doença infecciosa causada por uma bactéria
chamada Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais, é transmitida
ao homem principalmente nas águas contaminadas provenientes de alagamentos,
córregos e esgotos.
Os dados mostram uma queda no número de registros da doença no Rio
Grande do Norte em 2016 e 2017, quando foram confirmados apenas dois casos por
cada ano, se comparados a 2015, quando foram registrados 22 casos de
leptospirose.
Com sintomas semelhantes aos da gripe, febre, dor de cabeça e dores
pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, podem também ocorrer vômitos,
diarreia e tosse. Nas formas graves, geralmente aparece icterícia (pele e olhos
amarelados), sangramento e alterações urinárias.
Os pacientes com diagnóstico de leptospirose devem ser encaminhados
pelas unidades básicas de saúde para o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal,
que é a referência no RN para o tratamento da doença.
O tratamento é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte,
orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os
casos leves podem ser tratados em ambulatório e os graves precisam de
internamento.
Para o controle da leptospirose, a bióloga do setor de Endemias da
Sesap, Ximenya Lopes, explica que é possível prevenir a doença com alguns
cuidados básicos, a começar na própria residência. Também são importantes
medidas ligadas ao meio ambiente, como saneamento básico e melhorias nas
habitações.
“É importante que as pessoas evitem o contato com água ou outros
ambientes possíveis de estarem contaminados pela urina dos ratos. Cuidados
também devem ser tomados com o armazenamento e o acondicionamento apropriados
de alimentos, além do destino do lixo”, explica.
A bióloga também alerta para a desinfecção e completa vedação de
caixas d´água como medidas preventivas a serem tomadas periodicamente. Além
disso, o hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) mata as leptospiras e
deverá ser utilizado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água
sanitária para cada 1000 litros de água do reservatório), locais e objetos que
entraram em contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em
um balde de 20 litros de água). Durante a limpeza e desinfecção de locais onde
houve inundação recente, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a
água ou lama contaminada.
Dados no RN
No período de 2007 a 2017 foram registrados 546 casos suspeitos de
leptospirose no Rio Grande do Norte, dos quais 185 (34%) foram confirmados, com
17 óbitos. Neste período a doença atingiu 46 municípios, com destaque para
Natal (55), Frutuoso Gomes (16), São João do Sabugi (14), São Miguel (10) e
Cruzeta (10). As periferias das cidades que acumulam água de chuva e lixo são
as áreas mais vulneráveis ao risco de contaminação.