Muito tem se falado da situação difícil de nossa saúde no Brasil. Em São Pedro não é diferente e, o pior, é que cada vez fica mais difícil. Apesar dos impostos que pagamos e termos uma população de um pouco mais de 6 mil habitantes, nos finais de semana contamos apenas com uma ambulância para prestar todo o "atendimento médico" do município.
No intervalo de 15 dias passei por duas situações que trago ao conhecimento do leitor do blog para demonstrar uma insatisfação que não é só minha, nem só da população de São pedro. Porém, como é aqui que vivemos e foi aqui que vivenciei tenho a tristeza de comentar para ver se algo pode ser mudado. Eis os dois momentos:
Domingo, 15 de julho: Recebo um telefonema. Minha mãe está passando mal, um início de infarto, mais tarde diagnosticado no hospital de Macaíba. Corro ao posto onde sou recebido por uma funcionária que me pergunta o que quero, me ouve e diz que a ambulância foi a Natal e não tem nada a fazer. Ou seja, minha mãe pode morrer. Não há nada mais a oferecer que uma ambulância que atende um, enquanto os outros 6 mil não podem adoecer. Entendam que não reclamo de atender a aquele que está precisando, mas da falta de opção para os demais.
Sábado, 28 de julho: novo telefonema, dessa vez, minha irmã está sentindo-se mal. A história se repete sem tirar ou aumentar uma vírgula. Novamente no hospital de Macaíba, o diagnóstico é de problemas com a glicose que poderia levar à morte por falta de atendimento.
Enfim, eu sou um professor, posso pedir que um amigo faça uma viagem para socorrer meus familiares, pagando 50 ou 60 reais pelo transporte, mesmo tendo pago meus impostos e acreditando que mereceria uma assistência maior. Porém, me pergunto: E aqueles que não podem? Aquele que ver um familiar em uma situação de risco, como um infarto, e não pode pagar um carro para levá-lo ao hospital e a ÚNICA ambulância que dá assistência ao município inteiro já está com alguém no hospital de outra cidade?
Não estou aqui criticando ninguém à toa, nem querendo denegrir imagens ou sei lá o quê que queiram imaginar. Estou apenas transmitindo uma preocupação que surge de um, quase, desespero de um ser humano que esteve muito próximo de perder familiares por que não encontrou um mínimo de assistência onde deveria tê-la encontrado.
Até quando a nossa saúde e tantos outros setores sociais e fundamentais vão ser tratados como se não fossem tão importantes? A vocês, candidatas, que buscam a cadeira maior da administração municipal, aqui em São Pedro e em qualquer lugar deste imenso país, lembrem que a saúde deve vir em primeiro lugar e que é, com certeza, algo que não pode, nem deve continuar sendo tratada como está acontecendo.
Por Chiquinho Luíz.
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