PONTE: O COMEÇO DE UMA NOVA LUTA

População esteve presente para ouvir propostas

O evento organizado pelo SAR e FMPP, teve início às 14h45min e contou com a presença do prefeito João de Deus, dos vereadores Serrinha, Mamédio, Dedé de Titico, Florêncio, Crinaura e Ilden Rocha. Também se fizeram presentes líderes comunitários, lideranças políticas e o povo das comunidades de: Lagoa de Canto, Lagoa Grande, Telha, Lagoa do Machado, Lagoa do Sobrado, Pedra Branca e do acampamento do MST.

Prefeito disse estar aberto para conversar

Comandou os trabalhos da mesa o representante do SAR, Evaldo Pinto que deu passou a palavra aos participantes. O primeiro a falar foi o prefeito João de Deus que declarou estar aberto ao diálogo com o povo e ressaltou que em sua gestão não tem medido esforços para não deixar as comunidades isoladas da sede do município. Só este ano, reconstruiu a passagem três vezes. Alegou que uma ponte exigiria um aporte muito grande de recursos financeiros, o que não é fácil de conseguir. Finalizou dizendo que com muito esforço, conseguiu incluir no plano orçamentário do Governo do Estado para este ano, previsão de recursos para a pavimentação da estrada que liga a sede do município à BR 304.

Mamédio falou em seguida. Ele atestou o esforço do prefeito em manter a passagem ativa.  Declarou também que é quem sofre mais com a interrupção da passagem do rio, pois tem que se deslocar muitas vezes para Macaíba ou São Paulo do Potengi quando tem que prestar socorro a alguém. Mas apesar disso, se fosse ele o prefeito não insistiria com o trabalho de reconstrução. Somente faria após o inverno.

Graça Ribeiro em nova luta

Graça Ribeiro relembrou a luta pela água nos anos 90 quando ninguém acreditava que fosse possível e após muita luta, o sonho se tornou realidade devido ao engajamento da sociedade.

Daí foi passada a palavra aos representantes das comunidades para que eles expressassem suas dificuldades no dia-a-dia sem a passagem pelo rio Potengi.

Heberton falou em nome de L. do Canto

O primeiro a falar foi o jovem Eberton pela Lagoa do Canto. Ele classificou como maior problema a saúde, pois devido a distância, a assistência médica se torna mais difícil.

Josete representou L. do Sobrado

Josete falou representando a Lagoa do Sobrado. Segundo ela, o município vem perdendo alunos para Santa Maria devido às dificuldades de se chegar a São Pedro. Quem ainda continua estudando na sede do município, alega cansaço pela longa viagem que tem que fazer diariamente o que prejudica o desempenho escolar.

Lúcia falou da dificuldade de transporte

Lúcia da Telha testemunhou a dificuldade de conseguir transporte. Márcia do Machado também falou do cansaço dos alunos após a viagem e na saúde, ela que faz parte da Pastoral da Criança, verificou que até as vacinas das crianças ficam descontroladas, já que fica mais difícil dos pais levarem seus filhos ao posto de saúde.

Apresentação: "Pedra Branca é a mais prejudicada"

A professora Apresentação falou por Pedra Branca e disse que de todas as comunidades, esta é a mais prejudicada, pois por ser a mais próxima, se torna a mais distante de São Pedro. Também falou da questão do abastecimento de água que fica interrompido. Para agravar ainda mais, como a comunidade conta com abastecimento domiciliar, não conta com reservatórios adequados para poder passar por este período de falta d’água.

Fortaleza parabenizou o evento

Fortaleza representando Lagoa Grande parabenizou os organizadores do evento pela iniciativa e que não iria repetir o que já havia sido dito antes com muita propriedade pelos demais representantes. Acrescentou que a ponte pelo contexto atual seria difícil de sair e que a passagem molhada de concreto seria mais viável. Porém sugeriu que se pensasse a ponte dentro de um contexto que contemple o desenvolvimento de todo o município. Assim sendo, a ponte se tornaria viável com a possibilidade de implantação de indústrias às margens da BR, implantação do gás natural, proximidade com Natal e o novo aeroporto.

Raimundo Baé também enalteceu o trabalho do SAR, lembrou da luta pela água da adutora que no princípio era zombado por parte da população e que se tornou realidade. Chamou a atenção para o fato de que autoridade é o povo. Se for esperar pelo atual prefeito e pelos outros que virão, esta obra nunca será realizada. Assim como feijão duro que só amolece com pressão, é com pressão que o povo sensibiliza os políticos, pois o povo tem os votos.

João Pereira falou aos presentes

Doutor João Pereira concordando com Raimundo, disse que tudo gira em torno do voto. Parabenizou o prefeito pelo empenho em reconstruir a passagem sempre que o rio baixa o seu nível e revelou que já havia solicitado através de ofício dirigido ao Deputado Federal, hoje secretário de recursos hídricos, Betinho Rosado, construção da ponte. Também disse que encampou a luta das comunidades, pelo abastecimento de água.

Flávio: "acredito na força do povo."

Flávio, Secretário de Assistência social, disse que agora acredita que a ponte sairá, pois o povo tomou a frente do processo. Lembrou da mobilização da água e do apoio que recebeu na época de Monsenhor Expedito. Professora Creuza ressaltou que apesar de residir no centro, estava ali porquê não poderia virar as costas para seus conterrâneos que moravam do outro lado do rio. Assumiu também o compromisso de procurar os parlamentares que tiveram o seu apoio, no intuito de unir forças. Por fim clamou pela união do povo.

Vereador Florêncio falou da importância da ponte para todos e sugeriu que, já que seria difícil trazer autoridades do governo federal a São Pedro, sempre que algum Ministro ou representante de órgãos ligados a infra-estrutura estivessem de passagem por Natal, fosse enviada uma comissão que de forma pacífica tentassem sensibilizá-los para o problema.

Ilden Rocha relembrou promessas

O último a falar foi o vereador Ilden Rocha. Ele lembrou as inúmeras promessas feitas pelos candidatos que prometeram a ponte. Também falou que não devemos apenas esperar os recursos estaduais e federais. O próprio orçamento do município deveria ser aberto e discutido pela sociedade para que se encontre meios de atender as reais necessidades da população.

A última etapa do evento foi a apresentação de sugestões para as próximas etapas. Ficou combinado então que seria formulado um pedido conjunto do Fórum de Políticas Públicas, Prefeitura de São Pedro e Câmara de Vereadores dirigido a todas as autoridades políticas do RN. Aliado a este documento, será feito um abaixo-assinado que deverá envolver toda a população de São Pedro. E por fim, será promovida uma nova audiência, mais ampla que deverá contar com autoridades da esfera estadual e federal. Esta nova audiência ficou marcada para o dia 4 de junho, às 19:00, no mesmo local.

O evento foi finalizado com a oração do Pai-nosso.

Por: Fortaleza