O número de reservatórios com volume inferior a 20%
da capacidade, no Rio Grande do Norte, é 4,5 vezes maior do que no mesmo
período dos meses de setembro e outubro do ano passado. Dados da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) mostram que 28 açudes
estão nesta situação. Em 2012, eram 6 reservatórios com nível abaixo de 20%. No
Estado, 48 reservatórios são monitorados. Mais da metade está em situação
alarmante.
Neste ano de 2013 o inverno já não foi chegou para
a maioria dos municípios do sertão. As chuvas que incidiram sobre o Estado
permaneceram no litoral, ou se localizaram em pontos concentrados que não
privilegiaram rios, nem as barragens. A consequência pode ser constatada nos
dados. Os açudes não conseguiram recuperar seus volumes e estão despencando na
capacidade de armazenamento. Três reservatórios do Estado já alcançam o nível
zero. Santana, Pilões e Apanha Peixe não recuperaram seus depósitos de água.
A partir de 20% a Semarh considera um número
alarmante. Os açudes nesse estado estão em observação e mais cidades limitam o
risco colapso em abastecimento de água. “Em média, estes açudes suportariam
ainda entre três e seis meses. Mas se não houver um inverno bom em 2014, eles
vão secar”, afirma Nelson Ciésio, subcoordenador de planejamento da Semarh.
Falta de chuvas e alta taxa de evaporação são as
principais razões dos baixos índices. As regiões Oeste e Seridó do RN são as
mais afetadas. A situação se agrava com estiagem característica desta época do
ano, mais intensa que a do semestre passado, fortalecendo a seca que
atinge o estado desde 2012.
O reservatório de Itans, localizado no município de
Caicó, principal abastecedor da região do Seridó, teve queda de 27,79%
considerado ao ano anterior. Em 2012, o volume de Itans era de 43,36%, sem
risco de colapso. Atualmente, ele apresenta o índice de 15,57%. Da
mesma maneira, o açude de Gargalheiras, em Acari. O volume baixou de 44,52%
para 20,34%, menos da metade. Mesmo com a queda considerável, Ciésio acredita
que os reservatórios ainda suportem mais 11 meses.
A razão para o transtorno é o forte período de
estiagem previsto para os meses de setembro a novembro. Gilmar Bistrot,
meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), explica que nestes três meses os índices de chuva esperados para o
interior do Estado são baixos, não ultrapassando, em média, 10 mm ao mês. Além
disso, nesse período a taxa de evapotranspiração potencial (evaporação e
transpiração dos vegetais), aumenta para 200mm, devido ao aumento da
temperatura e do vento.
A quantidade da incidência de chuvas é
insignificante diante da necessidade. “A gente fala sem dúvidas que esse
período não chove, se há chuvas, vem sem expressão”, comenta Bistrot, também
confirmando a previsão pessimista para o decorrer de 2013. “É sempre assim, o
ano que é ruim de chuva no primeiro semestre, piora no segundo”, conclui.TRIBUNA DO NORTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aqui é o seu espaço.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.