O ENEM não tem como dá certo.
Por Guilherme Garcia
É interessante a proposta do Governo Federal de inserir nas universidades um número maior de pessoas, mas os erros e vazamentos de provas estão presentes em quase todo ano.
Uma prova de nível nacional, como é o ENEM, não tem como dá certo como única forma de seleção para entrar em uma universidade. É isso que o governo briga para conseguir: acabar com os vestibulares tradicionais e implantar à força um exame nacional.
Bom, a idéia não é ruim, se funcionasse. Mas não funcionou ano passado, não funcionou esse ano e não funcionará o próximo. E não é difícil prever.
Ora, um país tão diverso, tão grande e tão corrupto como o Brasil, não pode centralizar nas mãos de uma única instituição a responsabilidade por um exame tão importante e, ao mesmo tempo tão difícil.
Importante porque decidirá o futuro de milhões de brasileiros e difícil porque o ENEM é uma maratona e testa tanto seus conhecimentos adquiridos ao longo de seus estudos quanto sua preparação física e psicológica.
A minha proposta é que se mantenha o ENEM, mas não como única forma de seleção. É importante que os vestibulares tradicionais continuem acontecendo com a responsabilidade de cada universidade, pois assim os erros diminuirão.
O vestibular da UFRN, Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte, é um exemplo. A COMPERVE, Comissão Permanente do Vestibular, que esteve durante muitos anos sob o comando da atual Secretária Estadual de Educação Bethania Ramalho, não permite falhas em suas provas e raramente você as encontra. Porque é um vestibular onde as responsabilidades estão bem distribuídas diminuindo, assim, as margens de erro tanto na elaboração quanto na correção das provas.
Portanto, se o governo quer que os brasileiros entrem em uma universidade de uma forma mais fácil e com um volume cada vez maior, é necessário que se mantenha os vestibulares tradicionais de cada estado e sob responsabilidade de cada universidade, ficando o ENEM como uma segunda forma de seleção.
O ideal mesmo era que melhorasse a educação básica para que os nossos futuros universitários fossem realmente preparados para merecerem estar dentro de uma universidade. Mas como isso é pedir demais, o governo cria mecanismos mais fáceis.
Até porque, pedir educação de qualidade para o povo sempre foi de mais. Não é?
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