Com as galerias tomadas de promotores e
procuradores, a Câmara dos Deputados começou a dar vazão ontem à “agenda
positiva” criada para responder as manifestações que tomaram o País nas últimas
semanas. Uma das matérias em tramitação no Congresso mais atacadas pelos
protestos, a Proposta de Emenda à Constituição que visava limitar o poder de
investigação do Ministério Público, a PEC 37, foi amplamente rejeitada ontem
pelo Plenário da Casa. A PEC contou com apenas 9 votos a favor e 430
contrários.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), chegou a anunciar que a votação ocorreria no dia 3 de julho, mas a
apreciação da matéria foi antecipada para atender o “clamor das ruas”. Com a
pauta de votações do dia cheia de projetos, Henrique Alves adotou uma
alternativa regimental para garantir que a PEC 37 fosse apreciada e
derrubada. Ao final da sessão ordinária que debatia do projeto que destina os
royalties do petróleo para a educação, Henrique Alves interrompeu a votação da
matéria e convocou uma sessão extraordinária para discutir exclusivamente a PEC
37. Dessa maneira evitou-se o risco de que, caso a votação dos royalties
avançasse madrugada adentro, a apreciação da PEC 37 fosse prejudicada por falta
de quórum.
Para tentar alcançar um texto de acordo no tema
polêmico, foi constituído um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da
Justiça e que contou com a participação de parlamentares, delegados e
procuradores. Mas não houve consenso. Ao iniciar a sessão para debater a PEC,
Alves disse que a Casa trabalhou por um acordo entre as duas corporações. “O
povo brasileiro, que quer cada vez mais o combate à corrupção e à impunidade,
gostaria de o MP e os delegados unidos”, declarou. “Tentamos de todas as
maneiras e demos um prazo até ontem (anteontem) para que esse acordo fosse
produzido e não tivesse nem vencedores nem vencidos”.
Confira a lista dos deputados que votaram cintra e a favor da PEC 37 aqui.
Confira a lista dos deputados que votaram cintra e a favor da PEC 37 aqui.
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