Sete de agosto (ou 17 e até mesmo 16) de 1501.
Para boa parte dos potiguares esta data não quer dizer muita coisa, mas para a história do Rio Grande do Norte significa bastante.
Há 510 anos uma expedição portuguesa formada por três naus, contando com o famoso navegador italiano Américo Vespúcio - que dá nome ao continente americano - em sua tripulação, deixou um monumento de pedra na altura do que hoje é a Praia de Touros, Litoral Norte do Estado, como um marco de que aquelas terras pertenciam ao Reino de Portugal.
O início da comemoração da chegada da expedição, comandada pelos navegadores Gaspar de Lemos e André Gonçalves, a mando do rei português D. Manoel I, só foi demarcado há pouco mais de 11 anos, pela Lei Estadual 7.831/2000 e estabelece o dia 7 de agosto como data oficial.
Apesar do simbolismo poucas são as pessoas que sabem o que é comemorado neste dia.
A expedição que passou pela Praia de Touros e demarcou o território do que seria solo potiguar foi de fundamental importância para a identificação das terras portuguesas de "além-mar".
"Esta expedição foi a primeira promovida após o descobrimento, realizado por Pedro Álvares Cabral em 1500. Após passarem por aqui, seguiram pelo litoral deixando outros marcos e nomeando os acidentes geográficos com os santos de cada dia, como era de costume", explicou o professor de história Luiz Eduardo Brandão Suassuna, mais conhecido como Kokinho.
O prosseguimento desta expedição marítima acabou batizando o que hoje são os cabos de São Roque e Santo Agostinho, além da Bahia de Todos os Santos, por exemplo.
O marco deixado por Gaspar de Lemos e André Gonçalves, feito de pedra lioz e contando com o brasão de armas do rei de Portugal e a cruz da Ordem de Cristo, esteve na Praia de Touros até 1976.
O marco deixado por Gaspar de Lemos e André Gonçalves, feito de pedra lioz e contando com o brasão de armas do rei de Portugal e a cruz da Ordem de Cristo, esteve na Praia de Touros até 1976.
Foi retirado da praia devido a deterioração.
Hoje o marco encontra-se no Forte dos Reis Magos.
Apesar da marcação do que seria o território norte-riograndense ter sido realizada logo na segunda expedição portuguesa que oficialmente esteve na terra brazilis, a ocupação foi bastante tardia.
Somente a partir do fim do século, por volta de 1598, que iniciaram-se processo de habitação da então capitania do Rio Grande.
"À época, o interesse de Portugal não era nossas terras, mas sim no comércio com o Oriente. Por isso, a ocupação foi tão demorada", afirmou Kokinho.
O abandono da capitania hereditária do Rio Grande e a forte resistência indígena à ocupação portuguesa, segundo o professor, também contribuiram para a demora quase secular na ocupação das terras potiguares.
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