sexta-feira, 3 de maio de 2013

POLÍTICA NÃO É FÁCIL

Agnelo Alves - Jornalista 

Ouvi alhures que, em política, o “sim” quer dizer “não”, o “não” quer dizer “sim” e o “nem sim nem não” quer dizer “tanto faz como tanto fez”. Talvez esteja aí, nessa equação que nunca entendi, a arte política. Mas ouvi, também, que política não é uma arte. É uma ciência. Difícil como arte e muito difícil como ciência. Não entendo.

No plano nacional, a presidente Dilma diz que a sucessão presidencial, portanto dela, não está nas suas preocupações. Por essa razão, não trata do assunto. Trata sim dos problemas brasileiros que estão na sua alçada resolver. A sucessão é problema para 2014. Não é o que estamos vendo. Mas faz parte da arte difícil e da ciência muito difícil. 

A oposição tem no senador Aécio Neves, do PSDB, um candidato a candidato não declarado textualmente, mas estampado nos seus atos, manifestações e disputas dentro de sua legenda partidária. Traz na testa a inscrição: “sou candidato”. E o governador Eduardo Campos nem diz que é candidato nem, tampouco, diz que não. Bote arte para a gente entender. Difícil, mas nem tanto. Ah, sim, tem também a Marina Silva que, por enquanto, está sem partido. Entra na faixa “nem sim nem não”. 

Complicado? Nem tanto. A oposição unida com um só candidato não terá vez, dizem os entendidos, pois não soma para um segundo turno. Aí o páreo, cara a cara, entre Dilma e o candidato da oposição, contando com o apoio dos dois outros, soma alguma chance. Estou falando em um segundo turno. Quem dos três seria o candidato da oposição para o segundo turno capaz de ter apoio dos outros dois? Aécio Neves, Eduardo Campos ou Marina Silva?

Vamos para a sucessão estadual, aqui no Rio Grande do Norte. Dizem os entendidos que acompanham os fatos acontecidos e “não acontecidos”, usando uma terminologia do sociólogo das ruas, Vulgo da Silva: “O cavalo está de banho tomado, pelo escovado e sela apoltronada para o PMDB eleger o governador”. Bastaria montar. Verdade? Só as urnas podem responder. Quem tenta? 

Controvérsias à parte, quem seria o candidato do PMDB? Garibaldi Filho? Henrique Eduardo? Garibaldi diz para quem quiser ler e ouvir que o candidato deve ser Henrique. É o candidato dele, Garibaldi. Henrique diz a quem com ele conversa que a sucessão estadual é assunto para tempo próprio, isto é, 2014. Agora, como presidente da Câmara Federal, quer trabalhar e ajudar o Rio Grande do Norte.

E a governadora Rosalba Ciarlini? Viajando – na maionese – para Brasília, Salvador, Fortaleza e Mossoró. Vai por aí. Naturalmente sonhando contar com o apoio dos dois, Garibaldi e Henrique. É a vez do PMDB ou do DEM? Garibaldi já foi governador. Mas Henrique não. O cavalo volta, quatro anos depois, em 2018? Perguntas do sociólogo das ruas Vulgo da Silva.

E a oposição? Difícil é distinguir quem é oposição, mesmo fora do governo, tanto quanto dentre os correligionários e aliados da governadora. Realmente um fenômeno, o desgaste da governadora não é movido pela oposição, mas por ela própria, incluindo todo o seu governo, seus correligionários e seus aliados.

A oposição no Rio Grande do Norte não existe. Se existe, não atua. Mas 2014 atrai e trai.

Fez-se luz 

Escrevo antes de saber o resultado da audiência do presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Vejo, entretanto, o clarão anunciador de que “fez-se luz”. Ainda bem. Xô, confronto institucional.

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