Derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do
Norte, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB),
descartou revanchismo contra o PT, que foi seu rival no Estado, negando a
possibilidade de colocar projetos incômodos ao Planalto em votação até o fim do
ano como forma de retaliação.
Alves perdeu a eleição para o atual vice-governador
Robinson Faria (PSD), que contou com um vídeo de apoio do ex-presidente Lula no
final do primeiro turno, repetido à exaustão na segunda etapa da campanha.
Em entrevista nesta segunda-feira (27) em Natal,
Alves disse ter ficado “surpreso” e “incomodado” com a gravação. “Houve muita
estranheza dos nossos”, afirmou, cobrando a conta da lealdade na era Lula.
“Fui grande parceiro do presidente Lula, muito
importante para o seu governo. Na época em que ele era presidente, meu partido
tinha a maior bancada, eu era o líder. Conversamos muita coisa para ajudar”,
afirmou.
Alves disse, contudo, que a situação está
“superada” e que não pretende atuar com revanchismo nos últimos dois meses em
que comandará a Casa.
O Planalto teme que sejam colocados em votação
“pautas bombas” para as contas do governo, como aumento de salário de
congressistas, fim da contribuição previdenciária de inativos e aumento do FPM
(Fundo de Participação dos Municípios).
“Tem demandas importantes que a Casa quer votar,
mas nada farei que venha colocar em risco o ajuste fiscal”, afirmou.
FUTURO
Com a derrota no Rio Grande do Norte – Robinson obteve 54% dos votos ante 46% de Alves –, o atual presidente da Câmara ficará sem mandato em 2015, situação inédita para ele em 44 anos de vida pública.
Com a derrota no Rio Grande do Norte – Robinson obteve 54% dos votos ante 46% de Alves –, o atual presidente da Câmara ficará sem mandato em 2015, situação inédita para ele em 44 anos de vida pública.
O deputado negou que possa vir a ocupar um
ministério no segundo mandato de Dilma e afirmou que agora irá se dedicar a
dois assuntos: a gestão de suas empresas de comunicação no Estado (é dono de
uma rádio, uma TV e um jornal) e a união nacional e local do PMDB.
Afirmou ainda que pretende circular mais pelo Rio
Grande do Norte para evitar ser criticado pela ausência no Estado, o que
ocorreu durante a campanha.
“Vou experimentar um pouco ser político e empresário.
Vou fazer um pouco dos dois”, afirmou.
Folha Press