quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

EUFORIA DA VITÓRIA E O ENFRENTAMENTO DA REALIDADE


Por Adriana Nascimento do Riachuelo em Ação
É a coisa mais natural e acontece em qualquer lugar quando entra um novo prefeito: a exoneração de todos os comissionados, conforme preconiza a lei, para uma posterior nomeação de novos ocupantes de cargos de confiança, por parte do Chefe do Executivo.
A euforia da vitória é grande, mesmo entre aliados demitidos. Justificam suas demissões assim: “É transição de governo da mesma bandeira, apenas burocracia, depois a gente volta!” E continua as comemorações pela festa da “vitória”, que a essa altura já vai ganhando aspas.
Comissionado é um servidor público que entra para a administração sem concurso, por isso não possui estabilidade e seu contrato de trabalho é por tempo limitado, normalmente vinculado a quem o indicou, portanto, quando o mandato chega ao fim... Este também é o momento da saída do servidor comissionado.
Legalmente, esse tipo de servidor só poderia ser nomeado em casos específicos e somente para cargos de direção, chefia ou assessoramento, e somente em atividades nas quais a prefeitura não tenha servidores efetivos atuando, mas o que normalmente se vê passa longe disso. 
Em algumas cidades do potengi a realidade não é diferente. Com a saída dos Ex-prefeitos,  muitos funcionários  foram demitidos, em virtude da obrigatoriedade constitucional e agora, esperam (ansiosamente) por uma convocação oficial do novo Prefeito para voltarem às suas atividades profissionais (se o funcionário  tiver votado, gritado, pregado bandeiras, participado de todas as carreatas do candidato vencedo enfim vestiu a camisa de verdade, na maioria dos casos talvez tenha chance de voltar) .
Contudo, a demora dos novos prefeitos em nomear esse pessoal  novamente; aqueles que deixaram o quadro de servidores do município têm gerado incertezas e questionamentos até mesmo dentro do grupo governista. Enquanto alguns temem serem substituídos, em virtude das conveniências políticas, outros levantam dúvidas sobre a real situação financeira encontrada pelo novo gestor. 
Este momento de indefinições também tem causado um certo desconforto nas bases política de algumas gestões que, mesmo timidamente, começa a apresentar os primeiros sinais de insatisfações. 
Afinal, do jeito que a situação está sendo conduzida pelos novos prefeitos,  o que nota-se é que os ex-prefeitos deixaram  um belo "abacaxi financeiro" para ser descascado e isso, com certeza, não agradaria muito aos atuais gestores que passaram  oito anos afirmando que o dinheiro público "dava cria" em suas mãos.
Pelo visto, ou  os prefeitos nomeiam logo os neo-desempregados para trabalharem ou terá que preparar-se para enfrentar a revolta da "turma do contracheque" que, diga-se de passagem, ainda não está preparada (psicologicamente) para deixar de usufruir dos benefícios de ser aliado de quem está no centro do poder.
O grande problema é que, certos prefeitos “vencedores” fizeram em torno de si um bloco muito grande de aliados e, quando se deparam com a realidade de um orçamento municipal apertado, para tantas despesas e poucas receitas, percebem que fatalmente, muita gente pode ficar insatisfeita. É justamente nessa hora que a onça começa a beber água.

Um comentário:

  1. apesar d não ter votado em rubenice tenho direito de esperar ela acabar com essa sangria que existe nessa prefeitura.

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